Acostumada em prestar tributos as famílias separadas pela ruptura entre o Norte e o Sul após a Guerra da Península Coreana, a Coréia do Sul repete homenagem para os mortos em acidente ocorrido no ano passado, em excursão de alunos do Ensino Médio. A tradição em homenagear com flores é recorrente no país, cujas tradições xaoístas, hindus e confucionistas tem em comum o uso em suas cerimônias de flores, e arraigaram a tradição por todo o território coreano. A vizinha do Norte, ditadura fechada, proibiu há mais de 40 anos o costume por classificar como “gasto inútil” e pela produção de flores não ser prioritária ao governo comunista – banimento que foi reforçado nos anos 90, com a crise de falta de divisas externas no país, com única exceção sendo as cerimônias oficiais de homenagem do regime ditatorial. A ONU calcula que cerca de 1/3 da Coréia do Norte sofra com a desnutrição, que a FAO acusa ser utilizada pelo governo do Norte como moeda de troca para manipulação política.

As homenagens ao naufrágio vem sendo majoritariamente feitas com a Flor nacional, a Hwajeon nori, que também é muito usada nas lembranças da separação Norte-Sul. E há motivos além da pura homenagem: o navio que se encontra no mar, a 40 metros de profundidade, continua a ser objeto de um debate sensível, incluindo sobre a questão se deve ou não ser elevado à superfície. As famílias das vítimas ameaçaram boicotar uma cerimônia semioficial de homenagem na quinta-feira, a menos que o Governo assuma o compromisso imediato para recuperar o navio de 6.825 toneladas, uma operação estimada em 110 milhões de dólares. Frequentemente, os familiares das vítimas organizam ações de protesto para exigir uma investigação independente sobre o naufrágio – o principal símbolo de protesto, não surpreendentemente, também são Flores.

Fonte: Noticias ao Minuto

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